quinta-feira, 17 de abril de 2008

Mulheres desbocadas

O Edifício Central, na praça da Estação, em Belo Horizonte, tem um lance interessante. Lá, há vários bares que têm apenas mulheres como proprietários, gerentes ou atendentes. Um ambiente feminino. E mulheres dando o tom num universo masculino.

O legal é que são desbocadas, algumas delas, guiadas pela cultura do nem-aí-pro-senhor-doutor. E algumas delas têm as pernas cabeludas, para delírio do underground Bob Crumb, do Juvenal Bundamental e de um certo blogueiro.

Quem tem medo das palavras?

Palavras cabeludas, como as pernas de algumas daquelas mulheres do Edifício Central, são legais. Delírio de Bob Crumb, de Juvenal Bundamental e de um certo blogueiro.

O que torna certas palavras bem-vindas ao salão, que nem piadas sem graça, e outras mal-vindas, mal-vistas e amadas apenas por tarados por coisas cabeludas? Ora, é a história social das palavras, a origem delas, o lugar de onde vieram, a boca de onde saíram quando vieram ao mundo pela primeira vez, ou quando saíram de casa e foram parar noutro lugar, as ruelas que transitaram.

As palavras cabeludas são como as mulheres de pernas cabeludas. Vieram de lá, daquele lugar, aquele lugar docemente pornográfico de onde vimos todos nós.

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